quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

re-tocar-me


(Estou a pensar, que este lugar, é bom para descansar...)
.
.
.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Re-voei








(ficou um pouco estranha...)
.
.


.
.
Mas adorei a boleia!!!!



domingo, 28 de dezembro de 2008

re-voar

(está na forja, na ponta do lápis...)

.
.
(a pedir um pincel mergulhado num mar de cor...)
.
.
.

domingo, 2 de novembro de 2008

Abraço revisitado

.

Sussurra-me só
somente
as palavras que preciso ouvir…
Não te aproximes muito!
A boca perto do ouvido e do abraço,
do bafo, do arfar, do cansaço.
Nada de moralismos ou críticas!
Nem te atrevas…
Nada.
Só.
Somente essas palavras que preciso de ouvir:
- essas, de amigo inconsequente.
.
.
.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um rrabisco que me deram...



(Andava eu em vida de avestruz,

quando alguém me reforçou as asas ...)



_ Mãe? Como se chama o pai da Mafalfa?


_ Joaquim.


_ E a mãe?


_ Joaquim.


_ Mãe!


terça-feira, 30 de setembro de 2008

de rrabisco em rr... rrisco




Todos os dias são aniversários de alguéns ou de quaisquer coisas…
Que me desculpe quem gosta de comemorações...

( Perdi a noção de “ano”, de um ano para o outro.
Perdi-me por aí no dia-a-dia, sem pensar que um ano se cumpriria…
O dia acordava quando eu abria os olhos.
Abria os olhos e o dia estava ali… )
……………………………………………….
Acordei hoje.
E o dia estava à minha espera.
Maravilhoso!
.
.
.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

domingo, 15 de junho de 2008

Limoeiro

























.
.
.

Consigo caber, perfeita, no parapeito da janela do meu quarto.
A janela do meu quarto tem a dimensão exacta de um esconderijo.
Os esconderijos são proporcionais à dimensão dos segredos.
Abro o segredo da janela do meu quarto.
Abro a janela e aconchego-me no parapeito.
Aconchego-me lá fora no perfume das violetas.
Plantadas às resmas, por eu gostar muito.
Visita-me um melro, em rotina.
Pousa nos ramos altos do limoeiro e entoa melodias matutinas.
Com ele despertam as cores do meu segredo.
Laranja vermelho cinzento azul.
Brilhante sombrio luminoso opaco.
Estendo a mão e o melro voa.
Estendo a mão e apanho o fruto.
Mordo a casca doce do limão e beijo o dia. Perfeito.
E cheiram-me as violetas.
Borboletas vivas sopradas pela brisa fresca de mais uma madrugada.
.
.
.

domingo, 13 de abril de 2008

Uma café rabiscado




São 5 da manhã. De um dia qualquer, de um mês qualquer, de um ano qualquer. E hei-de contar-vos um dia, a vocês, amigos do peito, o que é viver sem dia, hora, minuto ou segundo sequer. Quando deixar de doer. Quando deixar de doer, eu conto: do tempo em que o tempo se me revelou noutras unidades de medida. Dias e noites. Claridade e sombra. Compassos de espera e instantes.
Só……………………………………………………………….....................

Nos quartos das enfermarias, a morte não dorme: espera e faz companhia. Abeira-se dos corpos entorpecidos, beija todos, com o mesmo carinho…

Enganei-a?! Ah, saí da cama! Vens comigo?! Velar-me a insónia?! Nem penses! Sei velar-me sozinha! Pé ante pé, porque tudo dorme respirando o tranquilo da espera… Não acordes os mortos de amanhã! Enxoto-a. Mando-a deitar-se na cama que dizem ser minha, a tomar conta da Isabelinha. Companheira solidária do espaço da enfermaria e adepta do Sporting. Cancro na vagina. Não merece morrer sozinha. Fica aí, com ela! E fujo. Escapo por um bocado. Quase me rastejo quando passo em frente às outras portas. Das enfermarias. Escancaradas com gente doente por dentro. Tiro os chinelos. O “chinelar “ouve-se quando a morte desperta os sonos… (É a única que nunca dorme, a estúpida!).

Chego ao hall! Respiro. Dum 4ºandar sem jardim. Os jardins estão no 1º piso, onde internam os “mentais”. Esses, têm o acesso mas não podem lá ir. Espreitam a claridade e a sombra por detrás das grades das portas e das janelas. Às vezes, vejo-lhes os braços passeando no espaço com os verdes, muito cá de cima. Prisioneiros desiguais de uma só vida. Estou no hall… Aqui, a luz não nunca se apaga e a morte está na sombra da cama 65. (Deixem-na esperar!). Uma máquina de café. Meto-lhe lá dentro a moedinha. E mesmo de um copo de plástico, soube a mágico… Pendura-se-me do pijama o saquinho ligado ao cateter… Percebi que me libertei dele por o ter esquecido. Mas ainda é cedo. Volto a enfiá-lo na borda da cueca. Assim, embirra menos com o papel e a caneta. Gosto da luz do hall porque me permite ver. Na enfermaria apagam a luz quando a gente não quer.

E alguém mexe por aqui. Ironia: no 4º piso, ao lado da “ala” dos cancros, a maternidade!

São 5 da manhã num relógio qualquer. Alguém vem pôr uma outra moedinha para um outro café: um jovem médico da sala em frente. Sorri-me e diz: isto foi complicado, mas o bebé nasceu bem! Respondo-lhe num sorriso de mãe cansada, uma saúde com café em copo de plástico. Retorno ao corredor escuro e deito-me na cama que a morte me emprestou por uns dias. Aconchego o saquinho na cueca. Ao lado da Isabelinha…

(Tudo o que me apetecia era estar na psiquiatria!).

Ou em casa. A velar-me sozinha.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ao "desafio das doze palavras" proposto pelo blog "repensando":
Vou, finalmente, "rabiscar-me".


''Às vezes saio de casa sem destino ou vontade .Tenho que ir e por isso marcho. Nessas alturas, atafulho a mala de ombro de coisas despropositadas, como se fosse de viagem para muito longe. Um livro. Sempre papel com horas de escolha. Cor e textura, pronto. E têm que estar de acordo com a dormência dos dedos. Da mão direita.
(Sempre uma folha de papel manteiga : que se enrola ,estica, escreve, rabisca e recicla...).
Imprecíndivel a caneta. Não uma qualquer. Tem que saber desenhar e escrever. Umas pinturas para decorar em cor.Uns pastéis sem recheio.Levo também um chapéu. E lá vou eu sem bem saber onde vou. Quando lá estou, descanso os meus tesouros ao lado do galheteiro: dali saboreio as últimas novidades em azeite e vinagre. E depois de bem temperada, é daí que rabisco os meus corpos, mãos e pés tortos... Rabisco também o velho batente da minha casa, uma antiga "arabiana": mão de Fatma.
Espero não falhar por não nomear doze. São estes os que indico.
j.
sisi
efe
francisco L
madressilva
nilson

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Um chapéu

Nunca Te darei a outra face Posted by Picasa

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Rabisco IV

Que o vento me dílua,
que me sopre pelo ar;
desfeita em grãos de areia,
viveria para sempre nesta praia,
respirando ao ritmo desigual
deste mar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Bailarina

dança
no perímetro da escarpa afiada
trezentos e sessenta graus
de cintura quebrada