domingo, 15 de junho de 2008
Limoeiro
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Consigo caber, perfeita, no parapeito da janela do meu quarto.
A janela do meu quarto tem a dimensão exacta de um esconderijo.
Os esconderijos são proporcionais à dimensão dos segredos.
Abro o segredo da janela do meu quarto.
Abro a janela e aconchego-me no parapeito.
Aconchego-me lá fora no perfume das violetas.
Plantadas às resmas, por eu gostar muito.
Visita-me um melro, em rotina.
Pousa nos ramos altos do limoeiro e entoa melodias matutinas.
Com ele despertam as cores do meu segredo.
Laranja vermelho cinzento azul.
Brilhante sombrio luminoso opaco.
Estendo a mão e o melro voa.
Estendo a mão e apanho o fruto.
Mordo a casca doce do limão e beijo o dia. Perfeito.
E cheiram-me as violetas.
Borboletas vivas sopradas pela brisa fresca de mais uma madrugada.
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14 comentários:
lindíssimo: desenho e poema! cairam-me os queixos e bailou-me uma lágrima que melros e borboletas e limoeiros não é coisa que se misture com parapeitos e segredos
a gente acba mesmo se emocionando, menina
Olá!
Belissimo poema amiga
Um beijo
Lindo e tão perfumado!
Saio enebriada...Ah o perfume...
Bjinho
Em boa hora regressada, Mena. Com um poema lindo e um desenho a condizer! Há dias, apanhei limões de um limoeiro velho. É um ritual que adoro! Beijinho.
tá bem
;)
Não sei qual deles é melhor, se o poema ou o desenho.
Mas ambos são magníficos.
Gosto da tua criatividade nestas 2 frentes que abraçaste aqui no teu blogue.
Beijinhos.
O desenho está um espanto, parabéns. As palavras cheias de cor, movimento, sabores e aromas. Beijinho!
Parece-me que conheço uma janela assim parecida com essa.
Gostei muito dos dois, da escrita e do desenho.:)
Beijos,
João Pedro
Bem feito: poema e gravura!
Gostei.
Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência. Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
Vim à procura de borboletas e encontro o limoeiro do costume...
Vá lá, solta as borboletas que há em ti e deixa que elas poisem alegres na ramagem do teu blogue.
Bom fim de semana, beijinhos.
Quinze dias depois... até os limões já se podem consumir...
Beijinhos.
Aqui nasceu o Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...
lindissimo, não saberia escolher se o poema se o desenho.
fiquei agradavelmente surpreendida com estes riscos, rabiscos e algo mais.
fica um beij
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